terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Abelhas - Parte VII


22.    CONSTRUÇÕES DAS COLMÉIAS
            O tipo mais usual em todo mundo é a colméia Langstroth, americana, que se adaptou muito bem no Brasil. Esse tipo de colméia é mais espaçoso do que os outros e muito favorável ao nosso clima. No inverno mais rigoroso, pode-se colocar o diminuidor de entrada do alvado (porta da colméia), mas deve ser retirado no verão a fim de que haja maior movimento de entrada e saída das abelhas.
            A pintura das caixas devem ser com tinta óleo (porque ficarão expostas) e em cores claras (como branco, creme, azul-claro, verde-claro) apenas nas partes externas.
26.  INÍCIO DA CRIAÇÃO DE ABELHAS
            Pode-se conseguir as abelhas para criação de três diferentes maneiras: comprando colônias de apicultores comerciais, capturando colméias em estado natural ou atraindo famílias em enxameação para caixas armadilhas.
            Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens. Comprar as abelhas, simplesmente, pode ser bastante cômodo. Ocorre que a operação não é financeiramente viável para o produtor que pretende expandir sua criação e o apicultor não tem oportunidade de desenvolver experiências. Mas este sistema é bastante prático e simples.
            Para os apicultores mais experientes, as abelhas capturadas em caixas (iscas) são as que se desenvolvem mais rapidamente e as mais dóceis e fáceis de serem tratadas. Eles explicam que isto se deve em razão da índole mais domesticável das abelhas que se sujeitam a caixas (iscas). Apesar da falta de comprovação científica, o fato é que vários apicultores garantem que as abelhas que aceitam caixas (iscas), são realmente menos agressivas que as capturadas da natureza. A desvantagem deste sistema está justamente na limitação e expansão do apiário, uma vez que não se pode prever quantas colônias poderão ser atraídas para as caixas (iscas).
            Pode-se capturar enxames na natureza, removendo famílias inteiras de seu habitat natural, como cupins, troncos ocos de árvores, telhados, pneus, muros, etc.
            Das três maneiras, a captura de enxames é certamente  mais trabalhosa, porém, apresenta várias vantagens: é barata, possibilita rápida expansão do apiário e conseqüente aumento de produção e, talvez o mais forte motivo, coloca o produtor em contato direto com as abelhas, proporcionando-lhe uma vivência que lhe será muito útil no manuseio de suas colméias no dia a dia. Com certeza, na operação de captura de enxames na natureza é, possivelmente, a melhor instrução que o apicultor iniciante pode ter.
              Aliás, para um bom número de apicultores, a captura do enxame é a primeira oportunidade de contato com as abelhas. Dando continuidade, mostraremos a seguir como funciona a captura de um enxame.
27.     CAPTURA DO ENXAME
         Localizada a colméia, a primeira providência é cuidar do material que será usado na operação: além da vestimenta completa, o apicultor deverá ter à mão fumegador; a caixa feita de madeira mais leve que as normais, para facilitar o transporte e com muita ventilação lateral (pode ser do mesmo estilo das aberturas em tela usadas em armários ou guarda-roupas); quadros vazios (que receberão os favos de cria); quadros com cera alveolada, para completar espaços vazios, barbantes (cordões) ou elásticos de boa qualidade (resistentes) para fixar os favos nos quadros; serragem grossa; faca amolada para cortar os avos; e um borrifador com xarope feito de água e mel, ou açúcar; vassourinha de pêlos macios e brancos; duas bacias com boca larga e panos para cobrirem (onde serão colocadas as sobras ou favos não aproveitados).
            A captura do enxame deve ser feita, exatamente como se deve trabalhar com as abelhas no apiário:
01. Procurar trabalhar sempre em dias claros ou de sol quentes, se possível. Nestas condições, um número maior de campeiras estará trabalhando na coleta de néctar e pólen. Assim, menos abelhas estarão defendendo a colméia, no momento da operação.
02. Fazer o trabalho sempre com a ajuda de um parceiro. Na apicultura toda tarefa feita à quatro mãos é mais fácil de ser realizada.
03. Fazer o trabalho com paciência, movimentos calmos, cuidadosos e delicados são indispensáveis. Qualquer gesto mais brusco pode irritar as abelhas e tornar impraticável a tarefa, sem falar nos riscos para sua própria segurança.
            Nunca dispense o uso do fumegador e jamais trabalhe sem a vestimenta apropriada (lembre-se que é o homem que se acostuma com as abelhas, e não as abelhas que se acostumam com o homem).
            Com nossa pesquisa para este trabalho, ainda não podemos dizer que estamos prontos para lidar com as abelhas, pois isso vai depender da prática. Mas vamos mostrar as situações mais comuns para a captura de enxames:
           a) Enxames localizados em árvores, beirais, etc. É de certa forma, bastante freqüente a ocorrência de enxames em galhos de árvores. Isso ocorre quando uma família está enxameando, ou seja, multiplicando a colônia e procurando uma nova moradia. Nesse caso, não se deve perder tempo: aproxime-se do enxame viajante com a caixa completa, contendo os quadros já preenchidos com a cera alveolada e previamente borrifada com xarope de erva-cidreira.
          Borrife as abelhas com o xarope de água e mel, para diminuir sua agressividade. Se o enxame for grande, mantenha a metade na caixa, para dar espaço às abelhas. Um dos dois parceiros segura a caixa, com seu bojo exatamente sob o enxame. Caberá ao outro, a tarefa de sacudir sobre ela o “bolo” de abelhas, com um golpe rápido. Coloque a tampa da caixa, e tampe a entrada com um pano ou pedaço de espuma.
            Pronto! Aí está a colméia. Ela agora pode ser instalada em local definitivo, de preferência sobre cavalete individual.
          b) Se o enxame estiver em local de difícil acesso, o procedimento é diferente. Você e seu parceiro vão precisar do fumegador (já aceso), da caixa contendo quadros vazios, a faca, o espanador e a bacia com pano.  Antes de qualquer coisa, dirija a fumaça para a colméia natural, para obrigar as abelhas a saírem de sua moradia. Assim, só ficarão no seu interior, os favos com crias, as abelhas nutrizes (as que ainda não conseguem voar) e a abelha rainha.  Enquanto o seu parceiro cuida do fumegador, procure localizar os favos com cria.
            Se a colméia estiver alojada em cupinzeiro ou tronco de árvore, utilize enxada ou machado para facilitar o acesso aos favos com cria. Eles são a chave da operação, pois, uma vez capturados e transferidos para a sua caixa, vão atrair todas as abelhas da colméia. As crias são uma verdadeira “isca”.
            Localizados os favos com crias (que ficam na região central do ninho), remova-os com a ajuda da faca, recortando-os no maior tamanho possível. Encaixe estes nos quadros vazios e amarre-os firmemente com o cordão, com a ajuda de seu parceiro. Caso haja favos vazios ou com mel, a distribuição no interior da colméia deve ser: os favos com cria no centro, os favos vazios ou com pólen no meio e os com mel nas extremidades.  Terminada esta tarefa da transferência dos favos para sua caixa, remova todos os vestígios da colméia anterior. Lembre-se que os favos com cria são mais preciosos para o apicultor do que os favos com mel.
              Caso sobrem favos vazios ou com mel, guarde-os na bacia e cubra-os com o pano. Após esta tarefa, instale sua caixa exatamente no mesmo lugar da colméia original, tomando o cuidado de manter o alvado ma mesma posição da entrada da antiga colméia.  Mantenha sua caixa com o enxame capturado neste ponto, até o fim do dia, para capturar o máximo de abelhas campeiras. Antes do anoitecer, tampe o alvado com uma tela para ventilação ou pano ou espuma e transfira sua caixa para o apiário definitivo. Assim começa a criação de abelhas de um apicultor. Sabemos que não é nada simples capturar um enxame. Por isso é que existem cursos que ensinam exclusivamente como executar esta tarefa: a captura de enxames.
28.  MANEJO DAS ABELHAS COM FERRÃO
            O verdadeiro trabalho do apicultor começa após a instalação de suas primeiras colméias. É aqui que começam as diferenças entre a apicultura racional da pilhagem ou exploração de enxames que vivem em estado natural. O papel do apicultor é o de amparar suas abelhas, nos momentos mais difíceis, para poder beneficiar-se nos estágios em que as colméias se encontram produzindo muito.
            Para isso, é preciso que se entenda que a colônia vive em constante ciclo: nos períodos de escassez de alimento, a família fica estranha, os zangões são expulsos da colméia, cai a postura da rainha e, consequentemente, diminui a produção de mel, pólen e cera.
            É nesse momento que entra a ação do apicultor, socorrendo a sua colônia. Ele deve providenciar alimento artificial para sua criação (mostraremos a vocês mais adiante no decorrer do trabalho), reduzir a entrada do alvado nos períodos de frio para auxiliar a manutenção da temperatura ambiente no interior da colméia, fornecer cera alveolada para poupar as abelhas da trabalhosa tarefa de produzir cera, verificar o estado dos quadros, etc.
            Nas épocas de floradas abundantes, a produção de mel na colônia - desde que tudo esteja correndo bem - é muito boa em quantidade e qualidade. Nessa época, o apicultor poderá colher mel para si, sem prejudicar às abelhas. Igualmente cresce a produção de pólen, cera, geléia real e própolis, as quais podem ser explorados, racionalmente, pelo apicultor. A colônia cresce, permitindo que o apicultor promova o desenvolvimento de seu apiário, fortalecendo famílias fracas, desdobrando colônias mais vigorosas, aumentando assim, seu apiário e criando novas rainhas para substituir as já velhas, cansadas e decadentes.
29.     A INSPEÇÃO DA COLMÉIA
            Para verificar o andamento dos trabalhos da colméia e interferir nos momentos de necessidade (como por exemplo: fornecer alimento nos períodos de carência, verificar a conformação dos favos, a postura da rainha, etc), o apicultor deve fazer inspeções periódicas.
            Este trabalho de revisão, como foi dito, deve ser feito pelo apicultor devidamente trajado com sua vestimenta, em dias quentes e ensolarados e, preferencialmente, com a ajuda de outro colega. Neste tipo de atividade, o uso do fumegador é obrigatório e o trabalho deve ser feito de forma rápida em movimentos tranqüilos, delicados, porém decisivos. Gestos ou ações bruscas podem provocar fúria e reação das abelhas.
            Para realizar o trabalho de inspeção ou revisão, aproxime-se sempre pelo lado de trás da caixa. Nunca interrompa, com o corpo, a linha de vôo das abelhas que entram e saem da caixa em busca de alimentos.
            O trabalho de inspeção começa sempre com a fumegação da caixa. Não faça fumaça em excesso para não provocar o efeito contrário ao desejado, ou seja, acabar irritando as abelhas, procure sempre fumegar ao lado, até a fumaça chegar branca e não ficar tão quente. Antes de abrir a caixa para fazer o trabalho de revisão, faça fumaça junto ao alvado. Duas ou três baforadas leves já são suficientes.
             Para abrir a tampa e começar o trabalho de revisão, enquanto uma pessoa abre o teto da caixa, a outra faz fumaça sobre a caixa horizontalmente. Nunca diretamente sobre os quadros. Duas a três baforadas também são suficientes, contanto que a fumaça seja fria ou branca, nunca quente ou azul.
30.     O QUE VERIFICAR NAS CAIXAS
            Não se esqueça de que toda interferência no trabalho das abelhas deve limitar-se ao estritamente necessário, para não prejudicar o desenvolvimento da colônia. Basicamente, o trabalho de revisão das colméias é feito para verificar:
01.  A Disposição dos Quadros – Os favos, sejam eles de cria ou de mel, devem estar em bom estado. Favos escuros, retorcidos ou danificados, devem ser substituídos por outros favos com cera nova alveolada.
02.  A Postura da Rainha – Os favos, principalmente os do centro do ninho, onde se desenvolve a família da colméia, devem ser examinados para constatar a presença de larvas e ovos. É uma operação delicada que requer atenção visual, pois os ovos são pequenos, medindo cerca de 2mm. A ocorrência de favos com pequeno número de crias, aberto ou fechado, quanto de ovos depositados, é sinal de que a rainha está fraca ou decadente e deve ser substituída.
03.  Espaço para a Família se Desenvolver – Se os favos da caixa estiverem ocupados, com crias ou com alimentos (mel e pólen), o apicultor deve providenciar mais espaço para a família, ou seja, uma caixa extra, com quadros dotados de cera alveolada, em cujos favos, a rainha poderá depositar seus ovos. Um indício de que a caixa está “lotada”, é a formação daquilo que os apicultores chamam de “barba” de abelhas: numerosas abelhas na entrada da colméia, em forma de cacho, à disposição nos dias quentes.
04.  Colocação de Melgueiras – O apicultor deve observar o fluxo de néctar que está entrando na colméia e colocar sobre o ninho uma ou duas melgueiras.
05.  Sinais de Doença – A presença de larvas mortas nos favos e de abelhas mortas no assoalho da caixa é indício de ocorrência de doença na família. Uma colméia sadia é sempre limpa e higiênica.
06.  Falta de Alimento – Na entressafra, ou seja, nos períodos em que não há florada, principalmente durante o inverno ou nas estações de muita chuva, verifique se a família tem alimento suficiente. Caso contrário, o apicultor deverá fornecer alimentação artificial à colônia. Mais adiante, no decorrer do trabalho, explicaremos sobre esse tipo de alimentação.
07.  Coleta de Mel – Durante a florada, colha o mel que estiver maduro devolvendo os quadros, vazios e limpos, às melgueiras.
08.  Controle de Enxameação – Para evitar que parte da colônia enxameie, ou seja, que abandone a colméia, verifique se a família está formando realeiras nos favos. As realeiras, que são cápsulas destinadas à criação de rainhas são formadas, normalmente, nas extremidades dos quadros, apresentando a forma de um casulo, parecido com uma casca de amendoim. Elimine, se for o caso, estas cápsulas para não perder a colônia.

31. PROCESSO DE ENXAMEAGEM

    Na espécie Meliponíneos (abelhas indígenas ou nativas, sem ferrão), quando uma nova rainha é produzida em um ninho, se a rainha já existente estiver realizando postura ativamente, inicia-se o processo de enxameagem. Algumas operárias saem à procura de um local adequado para a construção de um novo ninho. Depois de encontrarem elas, começam a trazer cera da colônia-mãe para vedar as frestas e construir a entrada do ninho, os potes de alimentos e outras estruturas. Trazem também, pólen e néctar da colônia-mãe.
     Depois de pronto, a nova rainha, ainda virgem, vem para o ninho junto com as operárias. Vários machos expulsos de várias outras colônias, inclusive da colônia-mãe vão se concentrando próximos ao novo ninho, esperando que a nova rainha saia para realizar o vôo nupcial. Ela copula com apenas um macho e depois de fecundada, seus ovários de desenvolvem e ela começa a pôr ovos. Mesmo depois do estabelecimento do novo ninho as operárias podem continuar transportando materiais da colônia-mãe por algum tempo.
     Na espécie Apis, o processo é bem diferente. Rainha adicionais são criadas e antes que estas nasçam, a rainha velha, parte das operárias e zangões deixam a colméia voando em enxame e procuram um novo abrigo para se instalarem. Das rainhas produzidas pela colônia-mãe, uma permanece nesta, acasala-se e põe ovos. As demais, podem partir com outros enxames no período de uma semana. A saída do enxame é precedida de “corridas de zumbidos”. As operárias correm em linha reta, vibrando e tocando outras abelhas que também iniciam corridas de zumbido, ocasionando, uma perturbação e excitação generalizada que leva à saída do enxame. Parte das abelhas que sai como enxame, retornam a colônia-mãe e apenas metade dela continua. Os ferromônios produzidos pelas glândulas das operárias são responsáveis por guiar o enxame no vôo e no pouso e os produzidos pelas glândulas mandibulares da rainha são responsáveis por manter o enxame junto. Quando uma abelha escoteira (abelha que voa do enxame), descobre um bom local para o movimento, comunica às demais com uma dança parecida com a que informa a fonte de alimentos.
      Uma das causas de maior frustração para o apicultor é a enxameação (ou enxameagem) de uma família, ou seja, o abandono da colméia. Há várias razões que explicam esta atitude – mais comum entre as famílias africanas – mas infelizmente, não existe um sistema de controle infalível, que seja 100% eficiente. É assim que elas asseguram sua sobrevivência e desenvolvimento.
      Entretanto, o apicultor, dispõe de alguns métodos para evitar a perda de colônias. Um dos melhores indicadores é a observação do desenvolvimento da família.
      Colônias muito populosas que dispõem de pouco espaço suficiente para se desenvolver na colméia, costumam enxamear, em busca de habitação menos apertada.
      A mudança de habitação é mais freqüente nos períodos mais quentes do ano (de novembro a fevereiro), mas nada impede que uma família enxameie durante meses mais frios.
      O congestionamento da  colméia é relativamente fácil de ser constatado.
      Quando há falta de espaço na caixa, as abelhas se agrupam na entrada da colméia, formando a aglomeração que os apicultores chamam de “barba”..
      Caso a “barba” permaneça na entrada da caixa por muito tempo, mais de uma semana, é sinal de que as abelhas podem enxamear em breve. Neste caso, faça uma inspeção na caixa para destruir as realeiras existentes e dar mais espaço à família. Este espaço extra pode ser obtido pela remoção dos quadros de mel e pólen (que impedem a circulação das abelhas e a expansão da colônia) ou pela instalação de uma caixa extra, sobrecaixa, dotada de quadros com cera alveolada. Em circunstâncias normais, a última opção é mais aconselhável, por resolver o problema, por um bom tempo.
      Há outros sistemas de controle de enxameação, como os métodos de “Miller de Demaree” e por “despejo”. Estes sistemas, no entanto, requerem um certo grau de experiência e domínio técnico por parte do apicultor, mas, não são recomendados à iniciantes. O método de aumento de espaço citado no parágrafo anterior, é simples, prático e garante o controle da enxameação.
      Para prevenir a enxameação, nunca deixe faltar alimento à família. As abelhas africanas são especialmente inclinadas a enxamear na falta de alimento. E, suspeitando dessa possibilidade, elimine os favos de zangões, cujas células são maiores do que as das operárias.
      Finalmente, uma rainha velha e decadente, com baixa postura, pode levar a família a enxameação. Neste caso, o único jeito é substituir a rainha por outra mais jovem e produtiva.     

32. ESTRUTURA DOS NINHOS

     Os locais procurados pelas abelhas para construírem seus ninhos são geralmente ocos, de troncos ou ramos de árvores, buracos nas madeiras das cercas, etc., enfim, cavidades fechadas. Algumas porém, como Trigona Spinipes e outras espécies de Trigona (Irapuã, abelhas-cachorro), constróem seus ninhos completamente expostos. Em espécies de Partamona, os ninhos são semi expostos, podendo ser construídos em cavidades amplas, moitas de samambaias (espécie de planta) ou ainda em ninhos de pássaros abandonados.

33.  NIDIFICAÇÃO

     A construção dos ninhos das abelhas é extremamente importante, visto que ali, passarão a maior parte da vida. A rainha realizará postura e as abelhas cuidarão da cria imatura.
     O processo de construção varia na medida que consideramos níveis de sociabilidade mais distantes evolutivamente.
Das espécies solitárias, como as subsociais, não encontramos diferenças marcantes nos hábitos de nidificação. A escolha do local para a construção do ninho, vai depender de um substrato adequado, fontes de pólen, néctar e água e algumas vezes de certos tipos de plantas para fornecer folhas, fibras ou resina.
     As abelhas solitárias, geralmente nidificam no solo, algumas espécies escavam canais em gravetos e ramos ou na madeira. Podem também, utilizar buracos ou frestas e ninhos abandonados por outras abelhas.
     A parte principal do ninho (muitas vezes é o próprio ninho) é a célula onde a abelha deverá se desenvolver. Ela tem geralmente, formato ovalado e pode ser impermeabilizada em seu interior com secreções glandulares das abelhas que estão construindo antes de receber o ovo da rainha.

34.  DESENVOLVENDO O APIÁRIO

         Os apicultores experientes costumam lembrar que uma colméia forte, populosa, produz mais do que quatro colméias fracas e esta observação, tem seu fundamento. Realmente, uma família mais numerosa apresenta maiores e melhores condições de defesa da colônia e coleta de alimento do que uma família fraca.
            Esta afirmação, é um dos principais fundamentos da apicultura moderna, ou seja, antes de expandir o apiário, devem-se fortalecer as colméias existentes. Desse modo, a produção final será, certamente, muito maior.

35.  ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL

            Vários fatores interferem no desenvolvimento e fortalecimento das colméias. Um dos mais importantes é a disponibilidade de alimento (néctar e pólen) que se reduz em determinadas estações do ano, conforme a região. Normalmente, no inverno e no outono diminuem a florada.
            Nestes momentos de carência de alimento, o apicultor, deve cuidar para que não falte alimento às suas abelhas e, para suprir as necessidades é preciso de alimentação artificial.
            De toda forma, o apicultor, deve saber que a alimentação artificial só é fornecida à colméia para repor o alimento em falta ou para estimular a família e, particularmente, a rainha, nos períodos que antecedem as floradas.
            O alimento artificial usado pelos apicultores é constituído de uma solução de água fervida (para diminuir a possibilidade de fermentação do produto), de açúcar e acrescido de mel, caso haja em disponibilidade. Este produto, na verdade é um xarope fornecido à colméia por meio do “boardmann” - frasco acoplado a uma base de madeira, a qual é encaixada na entrada da caixa.
            O inconveniente desse sistema é que , especialmente em apiário com grande número de famílias, pode levar à pilhagem do alimento por abelhas de outras colônias.
            Para evitar esse risco, muitos apicultores preferem fornecer alimento artificial sólido, mais conhecido como “cândi”, preparado com açúcar de confeiteiro e água. O açúcar é diluído na água e a mistura é levada ao fogo, sendo fervida vagarosamente, mexendo sempre para não queimar, até atingir o ponto de bala (bombom). Este alimento é fornecido em cochos, que são alimentadores instalados no interior das caixas, junto a uma das paredes laterais, no lugar de um quadro. Neste caso é importante colocar flutuadores (madeiras pequenas), para que as abelhas não se afoguem.

36.  FORTALECENDO A FAMÍLIA

            Como já dissemos anteriormente, a experiência demonstra que uma família forte produz mais do que duas, três, às vezes, quatro famílias fracas. Antecipando e aumentando a produção de mel, os apicultores empregam a técnica de união de famílias. Esta técnica consiste, como o próprio nome diz, em unir duas famílias fracas, que darão origem a uma única, forte, populosa e produtiva.
            A época mais indicada para a união de famílias é durante o outono (para que a colônia suporte o inverno em melhores condições) e durante a primavera (já fortalecida, a família poderá aproveitar melhor a florada).
            Naturalmente, duas famílias não podem ser unidas diretamente. Ambas as rainhas, entrariam em luta mortal até que uma delas fosse vencida e as abelhas de famílias diferentes, não aceitariam pela diferença de cheiro das colônias. Daí a necessidade de adoção de práticas de manejo.
            O método mais simples de união de famílias é conhecido como “método do jornal”, mas ele só deve ser aplicado em colméias que estejam instaladas em locais distantes entre si. Este cuidado é necessário, devido à memória geográfica das abelhas, que falamos no item 10 “Comunicação e Orientação das Abelhas”.
            O trabalho é simples. Antes de mais nada, o apicultor deverá ter na mão duas folhas de jornal meladas (com mel).
            A seguir, identifique e remova a pior rainha das duas famílias. Normalmente, é àquela que apresenta menor postura de ovos e favos com menor número de crias. Feche a colméia, que será transportada, mais tarde, para ser unida à outra família.
            Remova o teto da colméia menos fraca e coloque, em seu lugar, as duas folhas de jornal meladas (com mel). Em seguida, remova o assoalho da colméia mais fraca, faça um pouco de fumaça para agrupar as abelhas e aguarde de três a cinco minutos. Pronto! A colméia mais fraca, já pode ser removida e instalada, sem o assoalho, naturalmente, sobre a colméia mais forte. Agora, ambas as famílias, preocupadas em comer o mel, acabam roendo o jornal. Quando terminarem o trabalho, as duas famílias se aceitarão e passarão a trabalhar unidas.  Depois de cinco dias da operação, reuna as abelhas numa única caixa, com melhores favos.
            O Método de União Direta é usado quando as duas famílias que se pretendem unir estão próximas. O método do jornal não serve, pois as abelhas campeiras da família que for removida para ser unida à mais forte, acabarão retornando ao ponto original onde se encontravam instaladas à colméia, em razão de sua memória geográfica.
            Assim, para unir duas famílias, aplica-se o processo de união direta. Para esse processo, o apicultor vai precisar do seguinte material: fumegador, uma terceira caixa limpa e sem quadros, borrifador com xarope de açúcar ou mel e hortelã ou erva-cidreira, espanador de abelhas e quadros com cera alveolada.

            O procedimento é o seguinte:

01.    Remover a rainha da família mais fraca e instalar a terceira caixa, limpa e sem quadros, entre as duas colméias;
02.    Pulverizar o interior das duas caixas povoadas com solução de xarope de mel ou erva-cidreira. Borrifar os favos e as abelhas;
03.    Fazer fumaça sobre ambas “as caixas”, para acalmar e agrupar as abelhas;
04.    Fazer com rapidez e cuidado, a passagem dos quadros das colméias povoadas, alternadamente, um por vez. Os favos com crias, devem ser colocados no centro da nova caixa e os com mel e pólen, caso existam, devem ser instalados nas extremidades da caixa;
05.    Substituir os quadros defeituosos, pretos ou contaminados com traças por cera alveolada;
06.    Usar o espanador para varrer as abelhas que ficaram nas caixas para a nova colméia;
07.    Borrifar as abelhas e favos da nova caixa com a mistura do xarope de mel e hortelã ou erva-cidreira e tampar a caixa. Com o odor e a umidade do xarope, as abelhas se misturam e se lambem, acabando por aceirarem-se mutuamente.






FONTE: EDMS – Trabalhos Escolares, Educação & Diversão (ANO 2000 - 2003)


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