terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os Maias - Heridatariedade, a Educação e o Meio


  Índice

-Desenvolvimento
-Resumo dos capítulos III e IV
-Confronto entre a educação tradicional de Eusebiozinho e a educação à inglesa de Carlos da Maia
-Caracterização da burguesia provinciana da Santa Olávia
-Caracterização física e psicológica de Carlos da Maia e João da Ega
-A influência da hereditariedade, da educação e do meio no carácter e no comportamento de Carlos
-Bibliografia


Desenvolvimento

Resumo dos capítulos III e IV

Capítulo III
Este capítulo inicia-se com a chegada de Vilaça a Santa Olávia, onde é recebido com muita alegria. Vê então Carlos da Maia maior e mais esplendoroso. Vilaça toma conhecimento da rígida educação de Carlos e logo se opõe a tal. Entretanto todos jantam, e Carlos faz notar todas as suas capacidades ensinadas por Brown. No fim do jantar, vão para a varanda tomar café, onde o assunto de conversa é a educação de Carlos, em que tanto Brown como Afonso a defendem, e Vilaça e o abade Custódio se opõem. Por fim, chegam também as senhoras com o Eusebiozinho e a noiva de Carlos. Durante esta presença, há um contraste entre a educação à inglesa de Carlos e a educação tradicional de Eusebiozinho, que é notório ao longo de todo o episódio. Após o jantar e a retirada de todos, Vilaça e Afonso conversam no escritório, e Afonso recebe noticias sobre Maria Monforte e sua derradeira vida. Afonso decide então que irá pedir que lhe dêem notícias mais pormenorizadas acerca dela, do seu paradeiro actual e sobre sua neta.
Após uns dias Vilaça abandona Santa Olávia e regressa a Lisboa. Entretanto promete voltar, mas acontece uma desgraça, e Vilaça acaba por morrer, instalando-se assim um ambiente de tristeza e luto em Santa Olávia. O capítulo termina, já com o primeiro exame fantástico de Carlos e seu festejo.

Capítulo IV
Neste capítulo, Carlos opta pelo curso de Medicina para o seu futuro. O avô compra-lhe uma casa em Coimbra, onde faz os seus serões com os amigos. É também em Coimbra que Carlos vai viver os seus primeiros amores, com a Espanhola e com Hermengarda. Após terminar o seu curso Carlos parte para Inglaterra, onde vai ter ideias para o seu futuro. Quando volta para junto de seu avó, Carlos abre um consultório médico no Rossio, e monta um laboratório. O seu eterno amigo Ega, também já está em Lisboa, e valoriza muito a ideia de Carlos, como adora o seu consultório.
Entretanto, pensam em reunir a sociedade lisboeta no Ramalhete, e pensam quem iram convidar para os seus serões de como irão passar os mesmos. O capítulo termina com a notícia de Ega a Carlos, de seu livro, “As memórias de um átomo”.

Confronto entre a educação tradicional  e a educação à inglesa

Confronto entre a educação tradicional de Eusebiozinho e a educação à inglesa de Carlos da Maia:
Carlos da Maia – à Inglesa

Eusebiozinho – Tradicional

Pedagogo Inglês – Brown
Pedagogo Português – Abade Custódio
Contacto com a Natureza
“... Correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro...” (pág.57)
Permanecia em casa
“... Passava os dias nas saias da titi...” (pág.78)
Aprendizagem de línguas vivas: Inglês
“... Mostrou-lhe o neto que palrava inglês com o Brown...”
Aprendizagem de línguas mortas: Latim
“...a instrução para uma criança não é recitar Tityre, tu patulae recubans...”
Brincadeiras e divertimento
“Estou cansado, governei quatro cavalos...” (pág.73)
Contacto com velhos livros
“... Admirar as pinturas de um enorme e rico volume, «Os costumes de todos os povos do Universo»...” (pág.69)
Rigor, método e ordem
“...tinha sido educado com uma vara de ferro!...”, “...não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina...” (pág.57)
Super protecção
“...levava ao colo o Eusebiozinho, que parecia um fardo escuro, abafado em mantas, com um xale amarrado na cabeça...” (pág.76), “...nunca o lavavam para o não constiparem...” (pág.78)
Valorização da criatividade e juízo crítico
Valorização da memorização
“...Que memória! Que memória... É um prodígio!...” (pág.76)
Submissão da vontade ao dever
“...Ainda é muito cedo, Brown, hoje é festa, não me vou deitar!... Carlos tenha a bondade de marchar já para a cama!” (pág.73)
Suborno da vontade pela chantagem afectiva
“...e a mamã prometeu-lhe que, se dissesse os versinhos, dormia essa noite com ela...” (pág. 76)
Desprezo da Cartilha e do conhecimento teórico
“... É saber factos, noções, coisas úteis, coisas práticas...” (pág.63)
“...e pedira-lhe que lhe dissesse o Acto de Contrição. ... Que nunca em tal ouvira falar...” (pág.67)
Estudo da Cartilha
“...a decorar versos, páginas inteiras do «Catecismo de Perseverança»...” (pág.78)
Exercício físico: ginástica ao ar livre
“...a remar, Sr. Vilaça, como um barqueiro! Sem contar o trapézio, e as habilidades de palhaço...” (pág.58)
Débil na sua saúde e não tinha actividade física
“...Não tem saúde para essas cavaladas...” (pág.73)

Como consequência dessa educação
Carlos

Eusebiozinho

Conhecimento prático
Conhecimento teórico
Aprendizagens de línguas vivas: Inglês
Aprendizagem de línguas mortas: Latim
Formatura em Medicina
Bacharlato em Direito
Abertura, convivência e tolerância
Isolamento e intolerância
Quem apoiava essa educação:

- Afonso da Maia
- Brown
Quem apoiava essa educação:

- Vilaça
- As Senhoras
- Abade Custódio
Quem era contra essa educação:

- Vilaça
- As Senhoras
- Abade Custódio
Quem era contra essa educação:

- Afonso da Maia
- Brown


Caracterização da Burguesia provinciana de Santa Olávia

Burguesia provinciana de Santa Olávia » Era uma sociedade fútil, sem cultura, que se preocupava demasiado com as crianças, com a vida alheia, fazendo da mesma tema das conversas, e sobretudo, valorizavam a educação Tradicional Portuguesa.
 As personagens que representam essa mesma burguesia, são:
§A titi e a mamã de Eusebiozinho, que representavam as senhoras da época, que não trabalhavam, só cuidavam das crianças e eram senhoras sem cultura e interesses sociais;
§Eusebiozinho, que representava a educação retrógrada Portuguesa, e sua influência no carácter das pessoas.

Para caracterizar essa mesma burguesia Eça vai recorrer à utilização de uma linguagem específica:
§Linguagem familiar;
§Rica em diminutivos; “perninhas flácidas...”,”dissesse os versinhos...”, ”mãozinhas pendentes...”,”pregados na titi...”
§Ironia;”...-Mas é muito esperto, minha rica senhora! – acudiu Vilaça. -É possível – respondeu secamente a inteligente Silveira...”
§Caricatura.


Caracterização física e psicológica de Carlos da Maia e João da Ega

Carlos da Maia:

§  Protagonista

§  Filho de Pedro da Maia e Maria Monforte

§  Após do suicido do pai foi viver com o avô em Santa Olávia

§  Educação britânica

§  Tirou em Coimbra um curso de medicina

§  Interessa-se por medicina, literatura, cavalos, armas e bricabraque

§  Superioridade e distância em relação ao meio lisboeta, traduzido pela ironia

§  Auto marginalização em relação à sociedade

§  Fisicamente atraente: formoso, alto, bem feito, ombros largos, cabelos pretos, olhos de negro líquido

§  Culto da imagem, atitude de dândi

§  Cosmopolita, sensual, luxuoso, diletantismo

§  Projectos não cumpridos

§  Paixões: Gouvarinho e Maria Eduarda



João da Ega:

§ Amigo inseparável de Carlos

§ Papel de confidente

§ Trazia Carlos de volta à realidade, nos momentos mais difíceis e mais dolorosos amparava-o e ajudava-o não só em termos práticos como também em termos espirituais

§ Grande cumplicidade com Carlos devido à afinidade em termos culturais e mentais

§ Andava-se formando em Direito

§ Ateu e demagogo

§ Estatura fraca e esguia

§ Considerado excêntrico, demolidor, enérgico da politica e da sociedade

§ Possuía “faísca, rasgo, estilo e coração”

§ “Um romântico e sentimental, um desses indivíduos inferiores que governam a vida pelo sentimento e não pela razão”

§ Crítico acérrimo da sociedade burguesa

§ “Quer” a revolução

§ Projectos não cumpridos: A revista, livro, e peça de teatro

§ Paixão por Raquel Cohen

§ Defensor do Realismo/ Naturalismo

§ Ateu e demagogo



Influência da hereditariedade, da educação e do meio no carácter e no comportamento de Carlos

Pedro da Maia
Carlos da Maia
Vida dissoluta
Vida dissoluta
Encontro fortuito com Maria Monforte
Encontro fortuito com Maria Eduarda
Paixão por ela
Paixão por ela
Pedro procura um encontro com Maria
Carlos procura um encontro com Maria
Encontro através de Alencar
Encontro através de Dâmaso
Elemento de oposição ao romance: ela ser uma negreira (oposição real de Afonso)
Elemento de oposição ao romance: ela ser a amante (oposição real de Afonso)
Encontros e Casamento
Encontros e relações
Vida de casados: viagem ao estrangeiro, vida social em Arroios, nascimentos dos filhos
Vida de relações: viagem ao estrangeiro e casamentos adiados, vida social na Toca
Retardamento do encontro com Afonso
Retardamento por causa de Afonso
Elemento desencadeador do drama: o Napolitano
Elemento desencadeador do drama: Guimarães
Infidelidade e fuga de Maria – reacções atónicas de Pedro
Descoberta do incesto – reacções de Carlos
O Drama instala-se
A iminência da Tragédia
Regresso de Pedro ao Ramalhete, diálogo com Afonso e suicídio de Pedro
Encontro de Carlos com Afonso, mudo, sem diálogo, e motivação para o suicídio de Carlos
Motivação para a morte de Afonso
Morte de Afonso

A partir da análise deste quadro, em que estão dispostas as evoluções da vida de Pedro e Carlos da Maia, podemos observar que tanto Pedro como Carlos falharam na sua vida, não cumpriram os seus desejos e sonhos, os seus projectos e não ficaram com o seu amor. Assim podemos dizer que apesar das diferentes educações, a de Pedro valorizando a aprendizagem teórica e de línguas mortas, a de Carlos valorizando o saber prático e o bem-estar físico, estas não alteraram o comportamento de Carlos em relação à vida que o diferencia de Pedro.
Podemos também observar que Carlos herdou as características do pai, a fraqueza e cobardia, e as características da mãe, a vida boémia, o egoísmo e futilidade. Estas características alteram o comportamento de Carlos na sua vida, este reage como o pai às situações complicadas que lhe aparecem, não tendo reacção, ficando atónico e fraquejando, e também tem uma vida boémia como a mãe, cheia de serões, festas e jantares com os amigos, era fútil nas suas decisões e talvez um pouco egoísta.
Mas estas características herdadas não são suficientes para explicar as reacções e evolução da vida de Carlos. A principal influência que Carlos teve foi, a influência do meio em que este estava inserido. Meio este que era o mesmo em que seu pai estivera também inserido, explicando assim o fraquejar dos dois. Podemos concluir então que a influência da sociedade fútil, sem estímulos, de luxos e vida boémia, vai ser superior a qualquer factor no comportamento de Carlos, superior à educação sobretudo.
Concluímos então que a influência do meio, apesar de educações diferentes, de caracteres diferentes, é sempre superior e imponente, criando assim, pessoas fracas, sem reacção, boémias e muito luxuosas.


Bibliografia

§    CABRAL, Avelino Soares (coord.), O Realismo, Eça de Queirós e os Maias, Mem Martins, Edições Sebenta, 1996
§    QUEIRÓS, Eça, Os Maias, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, s.d.
§    VIEIRA, José; GUERRA, João, Aula Viva, Português – B 11º Ano, Porto, Porto Editora, 1994
§    LANÇA, Gabriela; JACINTO, Conceição, Colecção Estudar Português Os Maias Eça de Queirós, Porto, Porto Editora




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